quinta-feira, 27 de outubro de 2011

Plebiscito do Pará Aula 7º ano

Pará inteiro poderá votar em plebiscito
Redação Carta Capital 24 de agosto de 2011 às 20:25h
O Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu nesta quarta-feira 24, por unanimidade (7 votos a 0, com duas abstenções), que toda a população do Pará poderá votar no plebiscito para desmembrar o estado em Carajás e Tapajós. Os ministros seguiram o voto do relator Dias Toffoli e rejeitaram a ação direta de inconstitucionalidade para limitar a consulta às regiões a serem criadas.
Perfis
Caso seja criado, Tapajós teria 722 mil quilômetros quadrados, tamanho superior à soma dos territórios de Espanha, Portugal, Áustria e Suíça, 1,3 milhão de habitantes e 27 municípios.
Carajás somaria 285 mil quilômetros quadrados de extensão, maior que a Inglaterra e a Bélgica juntas. Com população de 1,6 milhão de pessoas, a unidade teria 39 cidades e, segundo dados do Mapa da Violência do Ministério da Justiça de 2008, concentraria o maior índice de homicídios do País: 68,1 assassinatos por ano a cada 100 mil habitantes, contra 11 a cada 100 mil em São Paulo.
O Pará tem 7,4 milhões de habitantes.

Pará: plebiscito aprofunda divisão entre interior e capital02 de outubro de 2011 09h19 atualizado às 09h46
Gustavo Azevedo
Direto de Belém
Conhecido como a obra prima da Amazônia, o Pará poderá se desfazer em pedaços e virar uma página da história brasileira. No dia 11 de dezembro, seus 4,8 milhões de
eleitores vão às urnas escolher se aceitam ou não a divisão do território, criando os Estados de Tapajós, Carajás e o chamado Novo Pará. Apesar de ainda não ter decolado, a campanha para o desmembramento das regiões sul e oeste começa a mexer com os paraenses.
Nas ruas da capital, Belém, a bandeira vermelha com a faixa branca e estrela azul no centro se fortifica, estampando adesivos contra a separação em carros e no tradicional mercado do Ver-o-Peso, em painéis próximos à Praça da República ou em camisetas de camelôs. Em Belém e na região metropolitana, que concentram cerca da metade do eleitorado paraense, praticamente ainda nada se vê da campanha pró separação. As discussões se concentram, por enquanto, em debates entre estudiosos, autoridades e nos gabinetes políticos.
No interior do Estado, no entanto, o verde e o amarelo, cores escolhidas pelas lideranças para marcar as campanhas a favor da separação tomam conta das ruas. A mobilização se concentra principalmente em Santarém e Marabá, as prováveis futuras capitais de Tapajós e Carajás, respectivamente. Para torná-la mais forte, os separatistas dos dois territórios resolveram unir forças e montar uma campanha conjunta.
A primeira demonstração do embate frente a frente veio na partida da Seleção Brasileira contra a Argentina, na última quarta-feira, quando vários torcedores levaram para o estádio do Mangueirão bandeiras e adesivos mostrando suas preferências entre o 77, número que representa o "sim" nas urnas, e o 55, o número do "não".
O grande desafio das frentes criadas para defender suas posições é fazer com que a população entenda o tamanho das mudanças. Sem as propagandas na TV e no rádio, que se iniciam somente em novembro, as lideranças se esforçam para convencer apresentando dezenas de números e estudos. Mas, nas ruas, ainda é comum encontrar pessoas que não sabem que haverá a eleição, ou que sequer conhecem o significado da palavra plebiscito.
As posições
Em um debate promovido pela Associação Brasileira dos Jornalistas de Turismo (Abrajet), na semana passada, o cientista político Roberto Corrêa, professor da Universidade Federal do Pará (UFPA), afirmou que a divisão fortaleceria a força política da região que teria o reforço de mais dois governadores, seis senadores e dezenas de deputados. Ele ressalva, no entanto, o risco de os dois novos Estados ficarem dependentes dos recursos do governo federal, sem criar caminhos de desenvolvimento próprios. Para ele, o processo ainda está centralizado nos setores políticos, principalmente aqueles que almejam destaque maior, sem a sombra da elite de Belém. O envolvimento direto do povo permanece periférico.
Contrário ao desmembramento, o cientista político paraense Edir Vargas, também da UFPA, reconhece a ausência de ações do governo nas regiões do Tapajós e Carajás, o principal argumento das lideranças separatistas. Mas atesta isso a uma política secular brasileira em concentrar os investimentos em regiões com maior população. Para ele, os Estados precisam lutar pela melhor repartição dos impostos e, com isso, investir com mais equilíbrio nas iniciativas sociais, como saúde, educação e habitação.
"Serão necessários centenas de milhões para construir toda a logística dos aparelhos de Estado, com palácios, tribunais, assembleias, contratação de funcionários. Essas regiões poderão ficar como o Amapá, que há mais de 20 anos depende do repasse do governo federal. Não tem economia e é dominado por uma elite política", aponta.
Para ele, a criação dos novos Estados não vai resolver os problemas estruturais. "A lógica do crescimento econômico concentrado na região metropolitana e em torno dos grandes empreendimentos industriais se repetirá e os cidadãos da maioria dos municípios continuarão esquecidos, afinal são as tradicionais elites que se preparam para comandar".
O publicitário e professor Márcio Macedo, um dos coordenadores da frente pró-Tapajós na região metropolitana, afirma que a oposição ao desmembramento criou mitos sobre a inviabilidade de Tapajós e Carajás. Para ele, a criação de novos cargos e estruturas governamentais seriam sustentadas pelos PIBs regionais e, futuramente, se reverteriam em força política. Segundo Machado, a concentração de recursos em Belém e cidades dos arredores atrasa todo o Estado. "Cerca de 83% dos médicos estão em Belém, 96% dos funcionários públicos também estão na região da capital", lamenta. Ele aponta que a falência do Pará, com a perda dos territórios, é um dos maiores mitos. "Somente 16% do ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias) é repassado para Tapajós e Carajás. O resto fica no Pará", destaca.
Reação do governo
Desde que tomou posse em janeiro, o governador Simão Jatene (PSDB) articula uma interiorização de sua administração e, nos últimos meses, segue anunciando investimentos para as regiões separatistas. Mesmo afirmando ser a favor do plebiscito, Jatene já demonstrou ser contrário à divisão. Vendo a campanha do "sim" crescer, o chefe da Casa Civil de Jatene, o deputado federal Zenaldo Coutinho (PSDB), foi exonerado pelo governador para assumir a liderança da frente do "não".
O desmembramento
Se o desmembramento do Estado do Norte for aprovado, o novo Pará ficaria com 80 municípios e uma superfície semelhante à do Estado de São Paulo. Herdaria a parte mais organizada e consolidada da economia - representada, em 2008, por 55% do Produto Interno Bruto (PIB) - e concentraria 80% das indústrias do Estado. Continuaria a ser o maior produtor de pescado do Brasil, a contar com grandes reservas minerais de bauxita, de petróleo e gás no litoral.
Carajás, com população comparável à de Tocantins, teria um PIB de R$ 13,8 bilhões. Estudos preveem a elevação dos gastos públicos estaduais em cerca de 50%, comprometendo 23% do produto interno estadual.
Tapajós, por sua vez, teria população comparável a Rondônia, com cerca de R$ 70 milhões nos cofres públicos para investir em 25 municípios. Dados do IBGE apontam que a região teria um PIB de R$ 5,17 bilhões, superior ao de Amapá, Acre e Roraima.
Esta será a primeira vez em que brasileiros decidirão, nas urnas, se querem ou não dividir um Estado. A separação de Mato Grosso do Sul de Mato Grosso obedeceu a um decreto do governo federal, em 1977. Já o Tocantins deixou de ser território goiano por determinação do artigo 13 do Ato das Disposições Transitórias da Constituição Federal de 1988.
O plebiscito
O plebiscito está marcado para o dia 11 de dezembro, com a abertura das seções eleitorais às 8h e encerramento da votação às 17h. Todos os eleitores do Pará devem participar. De acordo com o artigo 7º da Lei 9.709/98, no caso de desmembramento deve ser consultada a população diretamente interessada: tanto a do território que se pretende desmembrar, quanto a do que sofrerá o desmembramento.
Também foram definidas as duas perguntas que serão submetidas aos eleitores:
1- Você é a favor da divisão do Estado do Pará para a criação do Estado do Carajás?
2- Você é a favor da divisão do Estado do Pará para a criação do Estado do Tapajós?

Não x Sim
Campanha de plebiscito sobre divisão do Pará ainda não começou na TV, mas já tem 'guerra' de jingles na internet
Publicada em 26/09/2011 às 08h40m

http://oglobo.globo.com/pais/mat/2011/09/23/campanha-de-plebiscito-sobre-divisao-do-para-ainda-nao-comecou-na-tv-mas-ja-tem-guerra-de-jingles-na-internet-925424900.asp

sábado, 22 de outubro de 2011

A mudança da Paisagem de Tutóia. Aula de Campo de Geografia 6º Ano.

Desculpem o atraso.
No conteúdo que trabalhamos este mês procurei realizar a atividade em parceria com a Professora de História: Helena Maria.
Levamos os alunos ao centro da cidade [praça Getúlio Vargas, avenida, calçadão, cais e mercado], onde os alunos tinham a incumbência de observar e registrar as mudanças ocorridas nas últimas quatro décadas, de um modo bem resumido e até superficial é claro, pois não se trata de uma observação com cunho científico e sim didático, nos locais observados. Cada disciplina: Geografia e História com um roteiro de observação, ou seja, com um olhar específico. Que será trabalhado em sala de aula.
As fotos, me parecem por si só, trauzirem o que pretendíamos observar.
Vamos comparar, as paisagens, sempre com antes e depois, nas imagens [da esquerda antes e da direita depois].

Galera saindo da escola [à esquerda com Professora Helena e à direita, comigo]

Construção de 1939, que ainda resiste ao tempo com pequenas alterações.


Cais antigo, em construção e atual, apresentando áreas de deposição de lixo e esgoto in natura.

Banco do Brasil, pouco alterada a construção. Nas proximidades surgimento de novos prédios. Se nos atentarmos para os detalhes, a foto da esqeurda na frente do prédio do Banco havia uma rua, atualmente, suprimida pela construção da praça, ou seja, a rua não existe mais.

Construções mais antigas no Calçadão. Casa Veras [esquerda], imaginamos ser a construção mais antiga dessa área data de 1936. Foi, possivelmente, o 1º prédio comercial de Tutóia. A foto da direita funcionou uma pousada durante muito tempo e, hoje, parece desativada, conservando o aspecto da construção antiga do início do século XX.

Antes funcionava o banco Banorte, Telma e Correios [esquerda] até meados da década de 90, aproximadamente, atualmente prédio do Colégio São Judas que surgiu no final dessa década.

Provavelmente, datam da década de 40 as fotos antigas [à esquerda]. Uma vez que está gravada a data de fundação da Igreja Matriz (Católica) de 1942 atrás do prédio.

Fundação da Igreja Matriz (Católica) de 1942 atrás do prédio. E mudança no traçado da Rua Senador Leite que desaparece onde, hoje, é a Praça Getúlio Vargas.

Evidência da construção antiga, veja tijolos.

Instituto paulino Neves, a mais antiga instituição de ensino de Tutóia, atualmente desativado pela ameaça de desabamento. [E me desculpem, por falta de atenção política]

José Ramos comércio em dois tempos, sem data definida da foto antiga [esquerda] e atual [direita].

Início da Rua Sabino Conceição, sem data definida, próximo ao cais, antes, e hoje, 2011.

Fotos antigas da fonte: http://www.sergioramos.com.br/tutoia/ e autor desconhecido nas duas fotos da Igreja década de 40. Fotos atuais: Elivaldo Ramos

sábado, 15 de outubro de 2011

Aula de Campo - 6º Ano

ROTEIRO DE OBSERVAÇÃO

1. Se possível entrevistar alguém idoso no percurso para precisar as datas das fotos. Se existia eletricidade, pavimentação, etc, e comparar (em sala de aula).
1. 1. Alguma rua desapareceu? Qual? O que surgiu no lugar?

1. 2. No passado a paisagem observada apresentava característica rural ou urbana? E atualmente?

1. 3. Que marca do passado ainda está presente na paisagem observada? Em que ponto foi observado?

1. 4. Que aspectos mudaram na paisagem? (Construções, pavimentação, área residencial, rua, área comercial etc)

1. 5. No período (horário) da pesquisa o fluxo de pessoas e de veículos é intenso?

1. 6. Em qual área o movimento é mais intenso?

ÁREA DE VISITA, OBSERVAÇÃO E REGISTRO FOTOGRÁFICO E/OU ESCRITO:

Praça Getúlio Vargas [praça, igreja, edificações, movimento, arborização]
Calçadão [edificações, movimento]
Mercado e Cais (porto, mercado, movimento, cheiros, odores)
Avenida (Praça de Eventos) [movimento, edificações]


ROTEIRO DA ENTREVISTA [COM PESSOA IDOSA]

Nome: ___________________________________________________ idade: _______
Rua/local: ___________________________________________________________
1. Há quanto tempo reside e/ou trabalha no local?
________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
2. Em sua opinião o que mais mudou nesse lugar ao longo dos anos?
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3. Como era o lugar antes [movimento, se existia eletricidade, pavimentação etc]
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4. Há diferenças em morar e/ou trabalhar nesse lugar se comparado com antes? Por quê?
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FUNDAMENTAÇÃO

A paisagem revela a realidade do espaço em um determinado momento do processo. O espaço é construído ao longo do tempo de vida das pessoas, considerando a forma como vivem, o tipo de relação que existe entre elas e que estabelecem com a natureza. Dessa forma, o lugar mostra, através da paisagem, a história da população que ali vive, os recursos naturais de que dispõe e a forma como se utiliza de tais recursos.
A paisagem é o resultado do processo de construção do espaço. (Castrogiovanni, org. Ensino De geografia. Ed. Meditação. Porto Alegre: 2009)

Tudo aquilo que nós vemos, o que nossa visão alcança, é a paisagem. Esta pode ser definida como o domínio do visível, aquilo que a vista abarca. Não é formada apenas de volumes, mas também de cores, movimentos, odores, sons, etc. (...) A percepção é sempre um processo seletivo de captação. (Milton Santos. Metamorfose do Espaço Habitado. São Paulo: Hucitec, 1988.)

Assim, cada um vê a paisagem a partir de sua visão, de seus interesses, de sua concepção. A importância da paisagem, portanto, é única, mas o modo como a aprendemos poderá ser diferenciado.
Nesta linha de raciocínio, outro aspecto que passa a ser importante é a dimensão histórica, que significa, no fundo, buscar explicações para as formas aparentes do espaço e entender o jogo de forças que atuaram na construção do espaço atual. Daí a importância de realizarmos essa pesquisa com a parceria da Professora de História [as observações de história nos ajudarão na percepção geográfica].

COMO E O QUE OBSERVAR

Durante o trabalho de campo observem as transformações que estão acontecendo atualmente nas paisagens do lugar onde vamos observar como construções de casas, reforma de edifícios comerciais, modificações na arborização das ruas, praças etc.
Fazer registro fotográfico, escrito, e/ou desenho [croqui].
Em sala de aula, confeccionar um painel com o tema: “Tutóia: os lugares no passado e no presente”.


              Disciplina: Geografia                                            Data: 11 de outubro de 2011
Professor: Elivaldo Ramos                                   Turma: 6º Ano

Interdisciplinaridade: atividade de Geografia em Parceria com Português

                                             INSTITUTO EDUCACIONAL MARIA MADALENA 
PROF. ESP. GABRIELLE RAMOS                                      ATIVIDADE DE PORTUGUÊS  - 7º ANO
Vamos estudar Português, aproveitando os conhecimentos de Geografia? Vocês estudaram com o professor Elivaldo, as características da nossa Região Nordeste, a localização, as particularidades culturais, os aspectos físicos, políticos e econômicos, como também discutiram os problemas enfrentados por essa Região. Agora vamos unir Literatura, Geografia e Gramática! Bons estudos!


LEIA O TRECHO DE “MORTE E VIDA SEVERINA” DO NORDESTINO JOÃO CABRAL DE MELO NETO, para responder aos questionamentos a seguir:
O meu nome é Severino,                                                        
como não tenho outro de pia.
Como há muitos Severinos,
que é santo de romaria,
deram então de me chamar
Severino de Maria;
como há muitos Severinos
com mães chamadas Maria,
fiquei sendo o da Maria
do finado Zacarias.
Mas isso ainda diz pouco:
há muitos na freguesia,
por causa de um coronel
que se chamou Zacarias
e que foi o mais antigo
senhor desta sesmaria.
Como então dizer quem fala
ora a Vossas Senhorias?
Vejamos: é o Severino
da Maria do Zacarias,
lá da serra da Costela,
limites da Paraíba.

Neste trecho, Severino retirante se apresenta às pessoas e tenta, quando mais possa, logo de início individualizar-se. Para tanto, usa referências pessoais, de sobrenomes e nomes e geográficas. Inútil, ele é apenas um igual a tantos outros Severinos e, desse modo, difícil é desidentificar-se de maneira a distanciar-se deles, os seus iguais em sofrimento, dor, busca, no mesmo espaço geográfico da secura, fome, miséria e ignorância.

a)      Esse trecho apresenta um aspecto cultural muito forte nas cidadezinhas do interior do Nordeste, no que diz respeito a como as pessoas são conhecidas. Detecte e escreva: que costume é esse?
________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
b)      O trecho também traz uma informação sobre a localidade de origem de Severino. Identifique e escreva abaixo:
____________________________________________________________________________________________
c)       Conforme o contexto, descubra  e escreva o que o poeta quis dizer com:
v  “não tenho outro de pia” ________________________________________________________________
v  “há muitos na freguesia” ________________________________________________________________

NESTE OUTRO TRECHO, o retirante funde sua saga à saga dos outros nordestinos, junta-se a eles no destino da retirada, da busca de saídas, da procura, pobreza, sofrimentos e sonhos. E, corajosamente se anuncia: 
Somos muitos Severinos
iguais em tudo na vida:
na mesma cabeça grande
que a custo é que se equilibra,
no mesmo ventre crescido
sobre as mesmas pernas finas,
e iguais também porque o sangue
que usamos tem pouca tinta.
E se somos Severinos
iguais em tudo na vida,
morremos de morte igual,
mesma morte severina:
que é a morte de que se morre
de velhice antes dos trinta,
de emboscada antes dos vinte,
de fome um pouco por dia
(de fraqueza e de doença
é que a morte severina
ataca em qualquer idade,
e até gente não nascida).
Somos muitos Severinos
iguais em tudo e na sina:
a de abrandar estas pedras
suando-se muito em cima,
a de tentar despertar
terra sempre mais extinta,
a de querer arrancar
algum roçado da cinza. (...)
Mas, para que me conheçam
melhor Vossas Senhorias
e melhor possam seguir
a história de minha vida,
passo a ser o Severino
que em vossa presença emigra.

a)      Nos noves primeiros versos deste trecho, Severino explica seu aspecto físico. Como ele se descreve?
        _________________________________________________________________________________________
b)      Sua descrição revela que ele é saudável? Por quê?

___________________________________________________________________________________________
c)       Que aspectos físicos ou sócio-econômicos do Nordeste comprovam a descrição de Severino?

___________________________________________________________________________________________
d)      Considerando a “morte severina”, que fatores contribuem para “os Severinos” viverem tão pouco, segundo o texto?
___________________________________________________________________________________________
e)      Considere a palavra “severino”. No texto ela é usada ora como Substantivo, ora como adjetivo. Identifique e escreva as duas ocorrências.
____________________________________________________________________________________________
d)      Você sabe que o Nordeste brasileiro é castigado pela seca, é responsável por grande parte da miséria do povo nordestino. A seca é um fator de ordem “natural”, mas somente a natureza é responsável por esse problema? Que outro(s) fator(es) contribui(em) para a pobreza da região?
____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
e)      Retire do poema, um trecho que revela os problemas que a seca causa ao seu roçado.
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ANÁLISE GRAMATICAL
3. Dê a função sintática dos termos sublinhados ao longo do poema.
LEIA UM TRECHO DA OBRA “VIDAS SECAS” DE GRACILIANO RAMOS, OUTRO ESCRITOR NORDESTINO.
“Foram descansar sob os garranchos de uma quixabeira, mastigaram punhados de farinha e pedaços de carne, beberam na cuia uns goles de água. Na testa de Fabiano o suor secava, misturando-se à poeira que enchia as rugas fundas, embebendo-se na correia do chapéu. A tontura desaparecera, o estômago sossegara. Quando partissem, a cabaça não envergaria o espinhaço de Sinhá Vitória. Instintivamente procurou no descampado indício de fonte. Um friozinho agudo arrepiou-o. Mostrou os dentes sujos num riso infantil. Como podia ter frio com semelhante calor? Ficou um instante assim besta, olhando os filhos, olhando os filhos, a mulher e a bagagem pesada. O menino mais velho esbrugava um osso com apetite. Fabiano lembrou-se da cachorra Baleia, outro arrepio correu-lhe a espinha, o riso besta esmoreceu.
Se achassem água ali por perto, beberiam muito, sairiam cheios, arrastando os pés. Fabiano comunicou isto a Sinhá Vitória e indicou uma depressão do terreno. Era um bebedouro, não era? Sinhá Vitória estirou o beiço, indecisa, e Fabiano afirmou o que havia perguntado. Então ele não conhecia aquelas paragens? Estava a falar variedades? Se a mulher tivesse concordado, Fabiano arrefeceria, pois lhe faltava convicção; como Sinhá Vitória tinha dúvidas, Fabiano exaltava-se, procurava incutir-lhe coragem. Inventava o bebedouro, descrevia-o, mentia sem saber que estava mentindo. E Sinhá Vitória excitava-se, transmitia-lhe esperanças. Andavam por lugares conhecidos. Qual era o emprego de Fabiano? Tratar de bichos, explorar os arredores, no lombo de um cavalo. E ele explorava tudo. Para lá dos montes afastados havia outro mundo, um mundo temeroso; mas para cá, na planície, tinha de cor plantas e animais, buracos e pedras.
E andavam para o Sul, metidos naquele sonho. Uma cidade grande, cheia de pessoas fortes Os meninos em escolas, aprendendo coisas difíceis e necessárias. Eles dois velhinhos, acabando-se como uns cachorros, inúteis, acabando-se como Baleia. Que iriam fazer? Retardaram-se temerosos. Chegariam a uma terra desconhecida e civilizada, ficariam presos nela. E o sertão continuaria a mandar gente para lá. O sertão mandaria para a cidade homens fortes, brutos, como Fabiano, Sinhá Vitória e os dois meninos."
(Graciliano Ramos - Vidas secas, pág. 130, 131,134)  

a)      O primeiro parágrafo apresenta elementos da paisagem nordestina e da temperatura dessa região. Sublinhe no texto as passagens que comprovem essa informação.
b)      Marque a opção que pode substituir o verbo sublinhado na frase: “Se a mulher tivesse concordado, Fabiano arrefeceria, pois lhe faltava convicção;”
(      ) desanimaria      (     ) mentiria      (      ) sorriria
c)       O que levou Fabiano a mentir sobre o bebedouro?
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d)      Qual seria a causa da tontura? Por que a cabaça envergaria o espinhaço de Sinhá Vitória?
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e)      Os dois primeiros parágrafos descrevem dois problemas sérios causados pela seca, quais?
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f)       Já no último parágrafo, fica clara uma das conseqüências da seca, para o Nordestino, que acaba virando um sinal de esperança. Que conseqüência é essa?
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COMPARANDO OS DOIS TEXTOS
4. Os trechos lidos nesse exercício têm em comum a temática da seca que assola o Nordeste brasileiro. O que há de semelhante entre Severino e a família de Fabiano? Como eles “enfrentam” esse problema?
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5. Que trecho de Vidas Secas, coincide com o aspecto físico do retirante, descrito a seguir por João Cabral de Melo Neto? (...)“que a custo é que se equilibra, no mesmo ventre crescido sobre as mesmas pernas finas.” Que personagem de Vidas Secas pode representar esse aspecto físico, no trecho que você leu?
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ANÁLISE GRAMATICAL
6. Faça a análise sintática e morfológica das orações abaixo:
a) Na testa de Fabiano o suor secava.                                 G) O menino mais velho esbrugava um osso com apetite.
b) Um friozinho agudo arrepiou-o.
c) Sinhá Vitória estirou o beiço indecisa.
d) ... transmitia-lhe esperanças.
e) Retardaram-se temerosos
f) Para lá dos montes afastados havia outro mundo.

quinta-feira, 29 de setembro de 2011

AS SUB-REGIÕES DO NORDESTE: Zonas geográficas. Avaliação 7º ano

Para que se pudesse analisar de forma mais fácil as características da região Nordeste, o IBGE dividiu a região em quatro zonas (sub-regiões):
  • Meio-Norte: É uma faixa de transição entre a Amazônia e o Sertão nordestino. Engloba o estado do Maranhão e o oeste do estado do Piauí. Esta zona geográfica também é conhecida como Mata dos Cocais, devido às palmeiras de babaçu e carnaúba encontradas na região. No litoral chove cerca de 2.000 mm anuais, indo mais para o leste e/ou para o interior esse número cai para 1.500 mm anuais, e no sul do Piauí, uma região mais parecida com o Sertão, chove 700 mm por ano em média.
  • Sertão: Está localizado, em quase sua totalidade, no interior da Região Nordeste, sendo sua maior zona geográfica. Possui clima semi-árido. Em estados como Ceará e Rio Grande do Norte chega a alcançar o litoral, e descendo mais ao sul alcança a divisa entre Bahia e Minas Gerais. As chuvas nesta sub-região são irregulares e escassas, ocorrendo constantes períodos de estiagem. A vegetação típica é a caatinga.
  • Agreste Nordestino: É uma faixa de transição entre o Sertão e a Zona da Mata. É a menor zona geográfica da Região Nordeste. Está localizada no alto do Planalto da Borborema, um obstáculo natural para a chegada das chuvas ao sertão. Se estende do Rio Grande do Norte até o sul da Bahia. Do lado leste do planalto estão as terras mais úmidas (Zona da Mata); do outro lado, para o interior, o clima vai ficando cada vez mais seco (Sertão).
  • Zona da Mata: Localizada no leste, entre o planalto da Borborema e a costa, se estende do Rio Grande do Norte ao sul da Bahia. As chuvas são abundantes nesta região. Recebeu este nome por ter sido coberta pela Mata Atlântica. Os cultivos de cana-de-açúcar e cacau substituíram as áreas de florestas. É a zona mais urbanizada, industrializada e economicamente desenvolvida da Região Nordeste.[9] O povoamento desta região é muito antigo.
CAUSAS DA SECA NO NORDESTE
A falta de chuvas regulares no Nordeste resulta de três fenômenos, segundo técnicos do INPE: a temperatura da água do Oceano Atlântico, o fenômeno El Niño, no Pacífico, e a pouca umidade atmosférica.
No litoral estão as planícies e tabuleiros, e, numa parte leste (mas não no litoral), está o planalto da Borborema, que é um dos principais responsáveis pela seca (impede as chuvas de chegarem ao sertão.)

EFEITOS da SECA de
Ordem Natural: Vegetação da Caatinga fica ressecada.
Ordem Populacional: a falta de água.
NORDESTE UMA REGIÃO em MUDANÇA, exemplos:
Cidades nordestinas estão recebendo reconhecimento nacional e internacional pelos seus polos, centros e institutos tecnológicos. Um exemplo é Recife, que abriga o Porto Digital, um polo de desenvolvimento de softwares criado em julho de 2000. Ele é reconhecido como o maior parque tecnológico do Brasil em faturamento e número de empresas.
O Polo Petroquímico de Camaçari, no estado da Bahia, é o maior complexo industrial integrado do Hemisfério Sul. Abriga, entre outras empresas, uma fábrica da Ford[19], a primeira montadora de automóveis da Região Nordeste.
Os principais produtores nordestinos de Petróleo são o Rio Grande do Norte (que em 1997 era o 2º maior produtor petrolífero do país), a Bahia e Sergipe, sendo que nos dois últimos as principais bacias estão no mar.

Referências
http://pt.wikipedia.org/wiki/Regi%C3%A3o_Nordeste_do_Brasil
PIRES, Beluce Bellucci. PIRES, Valquiria. Projeto Radix: geografia, 7º ano. São Paulo: Scipione, 2009.

Clique nos links e leia mais sobre o Nordeste
http://mundoeducacao.uol.com.br/geografia/o-nordeste-as-subregioes.htm
http://www.curso-objetivo.br/vestibular/roteiro_estudos/nordeste_sertao_secas.aspx
http://www.portalsaofrancisco.com.br/alfa/meio-ambiente-aquecimento-global/efeito-el-nino.php
 O problema da seca no Nordeste é mais uma questão política do que climática, pois o probelma poderia ser resolvido com construção de poços e aproveitamento da água da chuva, no entanto, parte das verbas destinadas pra esse fim é desviada.